domingo, 3 de agosto de 2014

Ensino de Matemática através dos tempos



        Deparei-me com essa historinha, “Ensino de Matemática através dos tempos: piadinha ou cruel realidade”, em minha linha do tempo do Facebook e a achei muito interessante para compartilhar. Acredito que, para nós professores de Matemática, essa historinha faz sentido. Vivemos em um tempo em que o elemento “social” se impregnou intensamente nas escolas, colocando a aprendizagem, que deveria ser a função primordial da escola, em segundo plano. Diante disso, recomenda-se aos professores serem menos exigentes com seus alunos, pois “ele é pobre”, “a família não lhe dá atenção”, “o pai é traficante”.

        Enfim, são diversos os discursos para tentar justificar uma exigência menor à aprendizagem do aluno. Antonio Nóvoa, em seu livro “Professores: imagens do futuro presente”, afirma que “nas sociedades do conhecimento, mais ainda do que nas sociedades industriais, o pior que podemos fazer às crianças, sobretudo às crianças dos meios mais pobres, é deixá-las sair da escola sem uma verdadeira aprendizagem” (2009, p. 24). Assim, sem uma verdadeira aprendizagem, percebemos pessoas despreparadas para resolver problemas, como foi o caso da balconista da historinha. Aliás, pessoas despreparadas para a vida, pois foram formadas por uma escola que não lhes mostrou a vida como ela é.  

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Leitura Recomendada - Inclusão Digital: polêmica contemporânea

Aos que se interessam pela temática da Inclusão Digital, recomendo a leitura do livro "Inclusão Digital: polêmica contemporânea", organizado por Maria Helena Bonilha e Nelson Pretto. 

Este livro compõe o segundo volume da coleção “Educação, Comunicação e Tecnologia” organizada pelo grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), da Faculdade de Educação da UFBA, tratando do uso das tecnologias digitais na educação.
Nessa obra, segundo Maria Helena Bonilla, professora da Faculdade de Educação da UFBA e uma das organizadoras, “o foco é a inclusão digital já que esse é um tema polêmico desde o próprio uso da palavra inclusão. Incluir em que? é a pergunta chave da discussão, e é isso que polemizamos no livro.”

Com o livro, segundo os autores, se busca construir um sentido que explicite a possibilidade de os sujeitos sociais terem acesso e se apropriarem das tecnologias digitais como autores e produtores de ideias, conhecimentos, proposições e intervenções que provoquem efetivas transformações em seu contexto de vida.

Para André Lemos, a inclusão digital “não é alcançada apenas quando se dá computadores ou acesso à internet, mas quando o indivíduo é colocado em um processo mais amplo de exercício pleno de sua cidadania”. Desta forma, ao longo dos nove capítulos do livro o tema está tratado considerando seus aspectos teóricos e metodológicos além de análise de experiências concretas de inclusão digital, em diversos projetos espalhados pelo Brasil.

O livro, para seu download, está disponível, clicando aqui.

Boa leitura e não deixem de compartilhar suas percepções e comentários sobre o livro.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma análise acerca do uso das Hipermídias na Educação

Nos últimos anos, tem-se presenciado um intenso debate acerca do uso das Hipermídias na Educação. Uma das questões emergentes desse movimento se refere ao tratamento dado às Tecnologias Digitais (TD). A partir da análise do artigo “O currículo multirreferencial: outros espaços/tempos para a educação online", considera-se relevante destacar a citação que a autora deste artigo citou de Santaella (2008): "Não podemos tratar as tecnologias digitais com o mesmo referencial que tratamos as mídias de massa. São tecnologias diferenciadas e, por isso, instituem outros processos cognitivos". 
Fonte desconhecida
Assim, utilizar os recursos informáticos (computador, softwares, Internet) não pode ser da mesma forma que utilizamos, por exemplo, os livros didáticos. Estes expressam a linearidade do pensamento, a qual é incompatível para orientar o uso das hipermídias. Essa análise tem sustentação em algumas pesquisas. Na pesquisa de Lawson e Comber (2000 apud KARSENTI et al., 2002), os autores constataram que a relação que os professores estabelecem com as tecnologias no plano pedagógico é o reflexo da relação estabelecida com o material didático em geral. Por outras palavras, os professores tendem a utilizar essas tecnologias da mesma forma que utilizam, por exemplo, os livros didáticos em sala de aula. Parafraseando Tardy (1976 apud PRETTO, 1996, p. 113), o uso do computador torna-se, então, o equivalente ao uso do livro didático.
Nesse sentido, D’Ambrósio (2004), argumenta que "o grande desafio que se apresenta para os educadores é a passagem de um pensamento linear, que domina as teorias mais prestigiadas de aprendizagem, para o pensamento complexo. Ou, em outros termos, incorporar, mutuamente, o raciocínio quantitativo e o raciocínio qualitativo".
Penteado (1999, p. 309) afirma que a incorporação das mídias informáticas na sala de aula "exige um período de transição, para que se estabeleça uma integração com as mídias anteriormente utilizadas e uma nova relação com o conteúdo”.
Em síntese, para que as hipermídias possam ser utlizadas de forma significativa na prática pedagógica, os professores necessitam estar dispostos a aprender de outras formas, diferentes daquelas decorrentes de sua formação anterior. Ainda, necessitam buscar outras formas de pensar acerca dos usos dos recursos hipermediáticos e explorar possibilidades para a sala de aulas, as quais não poderiam ser pensadas sem esses recursos. 

sábado, 16 de julho de 2011

Sugestão de Leitura

Olá, pessoal!

Segue sugestão de leitura: "Educação e Mídia: uma reflexão sobre os efeitos da Comunicação de Massa na constituição de subjetividades". O texto foi produzido no contexto do Curso de Aperfeiçoamento em Produção de Material Didático Digital para a Diversidade. Clique aqui para acessar o texto. Boa leitura!

sábado, 11 de junho de 2011

A oferta de EJA na modalidade de EAD: uma breve reflexão

Ao analisar as características inerentes à Educação à Distância e Educação de Jovens e Adultos, pode-se observar que estas modalidades revelam algumas afinidades. A EAD se caracteriza muito particularmente por sua flexibilidade espacial e temporal e, a partir desse aspecto, essa modalidade se apresenta como uma importante alternativa para atender a diversidade que caracteriza o público da EJA.
Com o advento dos avanços tecnológicos, a oferta de EAD cresceu significativamente nos últimos anos, porém observa-se a presença de muitos cursos de EJA em EAD de origem duvidosa. Pode-se perceber por meio da mídia a veiculação de diversas ofertas de EJA nessa modalidade, no entanto, muitas delas não explicitam se o curso ofertado é reconhecido ou não por órgãos competentes[1].
Sabe-se que o público da EJA é constituído, em sua maioria, por pessoas que, por alguma razão, não puderam frequentar a escola regular. Essas pessoas, normalmente, desenvolvem alguma atividade profissional, o que indica a pouca disponibilidade de tempo de dedicação aos estudos. Além disso, por não terem tido a oportunidade de escolarização prévia, tais sujeitos têm participação menos ativa na sociedade, estando mais subordinados à classe dominante.
Nesse sentido, a EAD pode ser concebida como estratégia de inserção desses sujeitos na sociedade, pois democratiza o acesso ao conhecimento e as possibilidades para o desenvolvimento de competências, dentre elas, o pensamento crítico. Assim, os educandos da EJA, munidos de uma capacidade de reflexão crítica, possuem mais condições de avaliar as ofertas de formação veiculadas pela mídia e decidir a melhor oferta: um curso reconhecido que aumente suas possibilidades de ascensão econômica, social e pessoal.


[1] Os cursos de EJA a distância devem ter autorização do órgão competente do respectivo sistema estadual de ensino. (Decreto nº 5.622/2005, art. 18).

sábado, 28 de maio de 2011

Desafios para a oferta, com qualidade, de cursos de graduação em EAD

Fonte desconhecida
Duas razões me motivaram a optar por escrever sobre os desafios para a oferta, com qualidade, de cursos de graduação em EAD. A primeira se deve pelo fato de estar atuando como Tutor Presencial de um Curso de Licenciatura em Matemática a Distância. A segunda se deve ao tema que será abordado na Jornada Virtual ABED de EAD (JOVAED): “O Aprendiz de EAD no Brasil – Quem é, do que Precisa?”.
Nos últimos dez anos, observou-se um acelerado crescimento do número de alunos matriculados na modalidade de EAD. Embora esse crescimento possa indicar um sucesso do poder público no incentivo do desenvolvimento e da veiculação de programas de ensino a distância, conforme estabelecido pela LDB atual, surgiram alguns problemas relacionados à infra-estrutura, planejamento, gestão e aspectos pedagógicos do curso em EAD.
Nesse sentido, no contexto da EAD, há o desafio de articular de forma equilibrada a relação quantidade-qualidade. Quando se trata em qualidade de um curso, isso significa levar em consideração as necessidades do aluno, ou seja, o seu perfil (hábitos de estudo, formas de comunicação, estilo de aprendizagem, contexto sociocultural). Uma das exigências atuais é a de que as práticas pedagógicas se desenvolvam a partir dos saberes dos sujeitos e, nessa ótica, tal exigência se aplica também para a EAD, reforçando, então, a relevância de que os cursos precisam “conhecer ao máximo seus alunos”, como colocou Fredric Litto na apresentação do JOVAED 2011.

Mitos, verdades e desafios da Educação à Distância

Fonte desconhecida
Olá, pessoal!

Depois de um bom tempo sem postar, espero finalmente conseguir retomar meu projeto neste blog! E para recomeçar a nossa discussão, trago uma reflexão que surgiu a partir do comentário de uma colega de um curso que estou participando atualmente. Ela apontou para um aspecto importante acerca do perfil do aluno em EAD. 
Considero que essa modalidade não é para qualquer um. Porém, parece-me que muitos alunos ainda carregam consigo o mito de que estudar nessa modalidade é mais fácil, mais rápido e mais barato. Um aluno que depende muito das intervenções e ações do professor, não tem autonomia e não domina satisfatoriamente o uso do computador e Internet terá muito mais dificuldades e, assim, menos possibilidades de sucesso em cursos à distância.
Nesse sentido, é importante que o aluno se informe sobre as características e exigências de cursos dessa natureza, ou seja, que conheça os mitos, verdades e desafios que cercam a EAD. Segue, então, a recomendação de dois interessantes textos que tratam desses elementos: Educação a distância vale a pena? e Desvendando os 10 mitos que rondam o e-learning.